A laserterapia é um tratamento indolor, que utiliza um equipamento que emite luz Laser em baixa intensidade.
O princípio de ação da Laserterapia consiste na transformação da energia luminosa em energia química pelas células. O processo é semelhante a forma que as plantas realizam a fotossíntese.
Na laserterapia somente as células lesionadas captam a luz Laser, e a energia absorvida é utilizada pelas células de acordo com sua programação fisiológica.
COMO A LASERTERAPIA FUNCIONA?
O Laser é um equipamento que emite radiação eletromagnética (a mesma emitida pela luz, aparelho de microondas e celulares) e sua tecnologia traz versatilidade em relação a sua aplicabilidade. Existem Lasers específicos para soldas industriais, cirúrgicos como o utilizado na Oftalmologia, Lasers apontadores utilizados em palestras, Lasers de corte preciso para a indústria, Lasers bélicos, e também os Lasers em baixa intensidade que são conhecidos como terapêuticos.
Os Lasers terapêuticos surgiram ainda na década de 60 e originaram a técnica conhecida como Laserterapia. Sua ação não é invasiva (não corta, não queima, não dói) e funciona a partir da transformação da energia luminosa (doada pelo Laser) em energia química (energia que a célula precisa) nos tecidos lesionados expostos a luz Laser.
Esta transferência de energia possibilita que as células doentes recebam uma energia extra e desta forma consigam combatem a inflamação e regenerar mais rapidamente.
A literatura científica comprova os efeitos da Laserterapia não existindo mais dúvidas sobre a sua eficácia modulando a inflamação, controlando a dor e acelerando os processos de regeneração celular. São publicados mensalmente ao menos 30 novos trabalhos sobre a Laserterapia e esta tecnologia veio para revolucionar nossos tratamentos de saúde e bem estar!
MECANISMOS DE AÇÃO:
A Mitocôndria em tecidos estressados ou isquêmicos sintetiza o óxido nítrico (NOmt) que se liga ao citocromo c oxidase deslocando competitivamente o oxigênio do seu sítio de ligação, levando ao estresse oxidativo com consequente redução da produção de ATP.
A Luz Laser com o correto comprimento de onda (660 -830nm) quando aplicada sobre um tecido lesionado é absorvida pelo citocromo c oxidase deslocando (fotodesligando) o NOmt do sítio de ligação do oxigênio e reduzindo o stress oxidativo e reestabelecendo a produção normal de ATP uma vez que o oxigênio voltou ao seu local de ligação.
Somente células lesionadas captam a luz laser, justamente porque somente estas possuem o NOmt impedindo o normal metabolismo celular.
Uma vez reestabelecida a respiração celular e produção energética, uma cascata de efeitos metabólicos é iniciada incluindo o aumento de Ca2 +, secreção de fatores de crescimento, activação de enzimas e outros mensageiros secundários.
Um subsequente aumento na atividade celular e mitoses foi demonstrado in vitro e in vivo em neutrófilos, macrófagos, fibroblastos, mastócitos, células endoteliais , queratinócitos, osteoblastos e neurônios.
Além disso, um importante efeito anti-oxidante é atribuído à Laserterapia. Na inflamação, sob baixo ph a enzima endógena SOD (superóxido desmutase – uma das responsáveis pela remoção dos radicais livres), recebe um próton e fica em seu estado inativado. Esta condição é revertida quando o pH se reestabelece ou quando a luz Laser é irradiada sobre o local. A energia laser é absorvida pela enzima SOD que se dissocia do próton e volta ao seu estado fundamental ativado. Uma vez que a função da SOD é remover os radicais livres do local, em situações de inflamação quando alta concentração de radicais livres é produzida, a reativação da SOD modula esta quantidade e consequentemente modula a resposta inflamatória, evoluindo para uma cicatrização tecidual acelerada.
Essa nova tecnologia, o laser, é utilizado como terapia na Odontologia, amenizando e em alguns casos até resolvendo problemas como herpes, aftas, hipersensibilidade dentinária, entre outros. Além disso o laser de baixa potência ou laser terapêutico (low level laser therapy – LLLT) tem ação antiinflamatória, analgésica e bioestimulante. Atualmente, deve-se considerar o laser um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios.
ILIB Modificada -Combate aos famosos radicais livres
Técnica desenvolvida nos anos 70, na Rússia, a aplicação intravascular de laser terapêutico (ILIB), ganhou adeptos no mundo todo. Evidências científicas mostram o aumento da capacidade da principal proteína, capaz de inativar espécies reativas de oxigênio, conhecida como superóxido dismutase. Atualmente, o desenvolvimento de um tratamento não invasivo, através da aplicação tópica e contínua (30 ou 60 minutos) do laser de baixa intensidade de potência (100mW) , eleva sua capacidade de combater radicais livres, promovendo uma terapia de prevenção ao envelhecimento precoce. Esta técnica tem sido uma sensação nas principais clínicas do mundo.
APLICAÇÕES E INDICAÇÕES NA ODONTOLOGIA:
Alívio da dor – promove o alívio de dores de diversas etiologias, dores de origem pulpar, dores nevrálgicas, dores em tecido mole, mialgias, dores de pré e pós – operatório, entre outras aplicações.
Reparação tecidual – A fotobioestimulação por laser tem sido empregada de maneira bastante eficaz após tratamento de canal, lesões traumáticas, promovendo uma reparação tecidual mais rápida e com padrão de qualidade tecidual superior.
Redução de edema ou “inchaço” e de hiperemia que seria o aumento da circulação sanguínea local (efeito antiinflamatório, antiedematoso e normalizador circulatório) – Indicado na aplicação do pós operatório de procedimentos no campo da periodontia (inflamações gengivais e dos tecidos de sustentação dos dentes), cirurgia oral menor, etc
Anestesia – Ajuda a diminuir o desconforto do paciente no momento da aplicação da anestesia, visto que pode ser utilizado como pré-anestésico. O laser promove aumento da microcirculação e, desta forma, ajuda na absorção do anestésico, nos casos de pacientes com dificuldade para serem anestesiados.
A laserterapia é bastante eficaz no tratamento da hipersensibilidade dental que está associada a uma dor aguda, súbita e de curta duração. A hipersensibilidade pode ocorrer durante ou após a restauração dental, pela retração da gengiva, e após o clareamento dental.
Outros casos em que a laserterapia é bastante eficaz:
Dores na articulação da mandibula;
Paralisia facial;
Herpes simples (herpes labial)
Herpes zoster;
Hipersensibilidade dentinária;
Afta;
Alveolite (inflamação ou infecção do alvéolo pós extração dentária);
Bioestimulação óssea;
Cárie;
Endodontia (tratamento de canal);
Exodontia (extração);
Língua geográfica (termo usado para descrever a aparência de mapa geográfico da língua, causada por manchas irregulares em sua superfície, de causa desconhecida);
Lesão traumática;
Nevralgia do trigêmio (é uma dor de forte intensidade, basicamente tipo um choque ou um raio que ocorre na face das pessoas. É geralmente de curta duração, a dor vem e volta, e é considerada por algumas pessoas a dor mais forte que o ser humano possa sentir);
Parestesia pós operatória.
Fonte:
1. Laser de baixa potencia,Principios Basicos e Aplicações Clínicas na Odontologia.Garcez A.S, Ribeiro M. S., Núnez S. C..
2. http://www.laseresaude.com.br